Ostentação flutuante.
Sorrisos brancos.
Artificiais.
Quanto mais magra melhor.
Bulimia.
Quanto mais forte melhor.
Anabolizante.
Pele bronzeada.
Câncer.
Bundas, braços, seios, pernas, músculos.
Cultura da imagem.
Vaidade. Vai a idade.
Perfeição.
Doença.
A fábrica da beleza não pondera, impõe.
Espelho, espelho meu, há alguém mais boçal do que eu?
Como diria Oscar Wilde: “Com a sua beleza, não há nada a que você não possa aspirar”.
Beleza é sedentária.
O feio conquista suas vitórias, para o belo ela bate a porta.
Viver em função de uma obrigação, alimentada pela mídia, mantida pela hipocrisia das novelas, da falsa moda.
Quem vê cara não vê coração. Os vermes te devoram por dentro.
O espelho não mente, somente as pessoas que te rodeiam.
Ausência de transparência.
Elogios te alimentam. Te consomem.
“Decadence Avec Elegance”.
Cuide de seu cadáver, exercite o pensamento.
“Mens sana in corpore sano”.
A formosura se vai com o passar dos anos. Os amigos já se foram.
Recordações seguem somente na sua memória.
Sonhos nada concretos viraram cimento.
Reflexo petrificado.
Rugas permeiam a face de alguém que deseja somente recomeçar, senil, porém rejuvenescido por novos conceitos.