Pensamentos aleatórios que se transformam.

27 de dez. de 2010

2000 e 10

Recuperação, conhecimento, viagens, pessoas, família, telefonemas, planos, sorrisos, cafés, lembranças, filmes, estórias, teatro, amigos (os velhos e os novos), saudades, email, cidades, fotos, vídeos, blog, recordações, lugares, estudos, vivência, doença, remédio, mudanças, amadurecimento, idéias, soluções, moradia, contatos, facebook, conversas, afinidades, novos planos, futuro, fortalecimento, textos, paz, espírito, mundo.
A todos que fizeram parte desse meu ano, estando próximos ou distantes, mas que viveram e compartilharam isso através de maneiras diferentes, meu muito obrigado, porque foram momentos incríveis, inesquecíveis, únicos.
Termino este ano mais feliz, com a esperança e a certeza de que 2011 será ainda melhor.

20 de dez. de 2010

RESTOS DA INÉRCIA


Um corpo inerte no chão. O meu. 
Células mortas.
A brisa leve golpeia meu rosto apático.
Vejo através da janela escancarada o vento soprar um lençol.
Ele não escapa do varal e eu deste colchão que cheira mofo.
Pálpebras fechadas.
Torneira pingando. Sede.
Minhas pernas não se movem por isso me arrasto.
O álcool fez efeito pela manhã. 
Sem conexão neural. Cabeça confusa.
Converso com a parede que me responde e me ampara.
O lençol escapa. 
Eu inerte.
Voa, cai em queda livre e se espatifa no asfalto.
E eu no fino colchão.
Freada. Foi atropelado.
Agora ele também é um resto inerte.
 


14 de dez. de 2010

MORTRIX



Acordado eu desperto
O sonho foi real e é real o agora
Cabos saem do meu corpo
O meu caralho tá conectado na tomada
Do cú sai uma conexão 2.0
Da orelha wi-fi
Um óleo purulento vaza do meu umbigo
A retina recebe somente um e zero, um e zero, não pisca
No sorriso amarelo, letras
Não vivo, sou manipulado
Um sistema que não existe se alimenta de mim, me vigia
Aborto as idéias, tento desconectar
Desperto novamente mas não acordo
É tudo igual, todos os dias.
Estou morto.

28 de nov. de 2010

Seja



A arte não está em quem faz, mas nos olhos de quem vê. Extraia tudo de uma gota de chuva ou de olhos marejados. Há muito mais para se pensar do que neurônios. Sinta, deixe que seus pés flutuem e que a definição venha na forma mais pura. Não tente entender, deixe isso aos críticos. Cuspa, vomite sua prisão, escarre seus preconceitos e engula seu ego.
Mantenha os dentes na boca, para sorrir, para rosnar. Deixe os olhos abertos no escuro e de baixo d´água.
O ar está pra peixe, o mar cheio de estrelas e a terra com seres pensantes enraizados na monotonia.
Confunda. Mude a cada dia ainda que seja a mesma pessoa.

24 de nov. de 2010

eS ta Ção




Os dias voam, o tempo passa bem devagar, a cada segundo algo acontece e as horas são intermináveis. Algo está suspenso no ar. Gotículas de alegria. O mundo não gira, é só minha cabeça, a imaginação que me leva pra outro mundo, à outra estação. É inverno e dois corpos se aquecem, mas seus corações estão congelados. Uma criança grita! Medo! Gritos de alegria que descem através do escorregador de um parque com árvores secas. É outono e o vento forte eleva as folhas do chão e a saia de uma garota, onde em uma de suas pernas há uma linda cicatriz. É verão e todos se divertem. Mascaras e luvas brancas, alguém está ferido. O vermelho do molho cobre a última camada da lasanha. Eles vão ficar noivos. Sorrisos, cores, flores. É a primavera que chegou para brindar a alegria, a esperança. Os segundos retrocedem, nada acontece. Ar seco. Minha cabeça para, o mundo gira, o tempo voa e os dias caminham devagar até a próxima estação.

12 de nov. de 2010

[ * ]

Viciante, necessidade diária. Está presente entre amigos, namoros e em outros lugares que... bem, só depende do momento. Eu preciso de um todo dia, só que não enlouqueço se não tiver, mas conheço gente que já não vive sem.
Tenho muitas estórias pra contar diante desse personagem: coisas alegres, tristes, lágrimas, risadas, decisões. Aliás, faço uso de um agora, enquanto escrevo. Estou em um lugar público e algumas pessoas me olham. Pra mim é normal. É um companheiro pra solidão que as vezes aparece as vezes não. Não sei bem dizer se com ele me sinto sozinho. Diria que reflito melhor, me sinto bem, tranquilo, que me deixa relaxado ou talvez até desperte o inconsciente. De uma coisa é certa, não gosto de misturar com outras coisas, acho que perde o efeito.
Gosto mesmo é de compartilhar com as pessoas, principalmente os amigos próximos, fazendo um tipo de encontro em casa pra não ter problema, porque é importante essa interação, essa troca de energia.
Ops, o meu acabou, tenho que ir. Ali na esquina tem pra vender. Não sei, talvez eu volte.