Pensamentos aleatórios que se transformam.

22 de mar. de 2012

Se foi

Um sujeito caminhava lentamente por uma plataforma.
De cabeça baixa não fitava o chão, mas seus pés com movimentos simulados.
Parou, impedido por uma faixa amarela.
Observou os trilhos por um momento e um rápido pensamento lhe passou pela mente.
Tão rápido quanto o trem que chegou.
Entrou assim que a porta abriu e buscou um assento, um lugar isolado.
O sinal seria sua última oportunidade.
Não se moveu.
A porta fechou e o sujeito se foi, sem saber pra onde.

12 de mar. de 2012

Caminho sem

Um caminho tranqüilo, colorido.
Cercado de uma esperança que balança ao vento.
Os perfumes e flores sem espinhos.
Era tudo o que ela queria.
Embaixo da ducha pensava. Imaginava um futuro incerto.
As flores voltavam ao seu pensamento: bem me quer, mal me quer.
A cada gota que enxugava de seu corpo pensava em desistir, em mudar.
Tentou, não conseguiu. Oportunidade escassa para uma menina do interior.
A maquiagem mudava sua faceta.
A sombra em seus olhos delineava tristeza.
Os lábios vermelhos insistiam em deixar a boca em silêncio.
Ela voltava a pensar nas flores, em um caminho.
O perfume artificial a completava.
Ela poderia ser Rosa, Angélica, Margarida, Íris ou qualquer outro nome de flor.
Talvez ela escolhesse um novo nome a cada dia.
Saía de casa e pensava em seu belo caminho de flores.
Ao despertar de sua utopia, encontrava-se parada em uma esquina com seu vestido curto.

1 de mar. de 2012

Pensar do pesar

O crânio, a dor.
Nada de ácido acetil salicílico.
Pensamentos parecem explodir.
Incomodo.
Não sei o que vejo.
Serão as influências querendo entrar ou as idéias querendo sair?
Eletricidade intracraniana em alta velocidade.
Eletricidade extra craniana, choques.
A dor me faz lembrar e esquecer. Faz saber o que não pensar.
Pensamentos aleatórios.
Apenas imagens, sons, riscos, círculos... odores?
Melhor parar para não pensar.
Pode ser que eu encontre a resposta.