Pensamentos aleatórios que se transformam.

23 de dez. de 2013

L I B E R T A D


A liberdade de me expressar
Em cantos, em versos, em sonhos.
Aos prantos, aos berros, nem tanto.
Sorrindo ou correndo
Falando ou pensando.
Escrevendo ou digitando.
Que diferença faz?
Não me entenda mal ou entenda, me compreenda.
Pode ser com desenhos ou rabiscos.
Com sinais ou simples riscos.
Corporal ou facial.
Não me entenda ou entenda mal, mas compreenda.
Nos gestos e atitudes
Estando velho ou na juventude.
La libertad de gritar, de dizer.
La libertad de ouvir e de escutar.
A liberdade de poder expressar.


21 de out. de 2013

QUE MUNDO É ESSE?


O médico vive doente.
O professor não sabe nada.
A bailarina erra o passo.
O ator esquece a fala.
O policial prende o pai.
O ladrão mata a mãe.
O filho é suicida.
O palhaço triste sorri.
O piloto usa o automático.
O advogado mente.
O juiz absolve.
O político foge.
O eleitor morre.
O estudante não aprende.
O açougueiro é vegetariano.
O peixe é de aquário.
O cachorro agora é gente.
Pessoas são animais.
Segurança é privada.
Assalto é público.
Lei não é respeitada.
Álcool é alegria.
Reciclar é moda.
Usar terno é fantasia.
Educação é esmola.
Amar é momentâneo.
O adulto fica em casa.
A criança trabalha.
O casamento apodrece.
A amizade adoece.
O padre canta.
Confesse, que mundo é esse?



8 de out. de 2013

JANELA


É, da janela eu já vi aviões, pássaros, helicópteros.
Vi polícia correndo atrás de bandido.
Vi bandido correndo atrás de trabalhador.
Vi mendigo pedindo comida
Vi criança jogando bola em vez de estar na escola.
Da janela vi borboletas, pipas e abelhas.
Vi a chuva, o Sol, a Lua.
Vi as estrelas brilhando, os balões proibidos passando.
Vi cachorros tirando seus donos pra passear.
Vi ambulâncias e bombeiros com sirenes alertando.
Da janela vi choro, vi risadas, a vela na esquina.
O semáforo piscando, o vento assobiar.
Procissão em dia santo.
Mulheres a rezar.
Da janela eu vi a morena ao loiro olhar.
Vi gente pobre, gente rica, jovens a estudar.
Bicicletas, skates, patins.
O velho ajudando ao cego atravessar.
Da janela vi...
Vi gatos, ratos, cavalos, mas nunca tinha visto um... camelo.
Ou será dromedário?







27 de set. de 2013

Tempo


O tempo... quanto dura?
Permanece inalterado.
É só uma figura abstrata pra reprimir e manter o controle.
O domínio jaz em seu pulso, na parede, no criado mudo.
1 hora, 1 minuto, 1 segundo.
Quanto dura o amor? Quanto dura a vingança?
Você está condicionado a marcá-lo.
Quanto tempo para dizer um sim? Mais rápido é o não.
Um momento... os segundos não param.
Uma ocasião... as horas decolam.
Um instante... e já se foi.
Piscar de olhos.
Intermitente são as batidas de um coração fraco, dilacerado, doente.
O tempo segue nos livros, nos diários que seguem calados.
Segue nas fotos, nas lembranças que não se apagam.
Tudo tem seu tempo, tudo dura um tempo.
Na soma você perde tempo, a existência.
Ele escorre fácil pelas mãos e se perde.
Uma decisão, arrependimento... não há mais tempo.
Últimas palavras pra dizer... tarde demais, seu tempo acabou.


21 de set. de 2013

Solidão (II)



A solidão te preenche
A solidão te conforta
Te trás alegria
Te trás um sorriso
Te trás a vida

A solidão está longe
Distante
As vezes não se sabe onde
As vezes ao seu lado
Andando na ponte

A solidão pode ser uma
Menina, garota, mulher
Talvez não saiba o que quer

Todos buscam alguma coisa

Encontre sua solidão
Encontre com o coração
E ela irá te dizer: __ __ ___

Pois pode sentir
Pode amar
Pois tem um coração
Que se chama solidão

10 de set. de 2013

FIRME O LAÇO


Firme o laço
Abraço.
Firme o laço do cadarço.
Firme o laço.
Beijo.
Firme o laço.
De qualquer jeito.
Firme o laço
Com um nó.
Firme o laço.
Sem dó.
Firme o laço da proteção
Firme o laço de coração.
Firme o laço da amizade.
Firme o laço com igualdade.
Firme o laço sem ruptura.
Firme o laço com ternura.
Pacto de sangue.
Lágrimas.
Sorriso estonteante.
Firme o laço na ferida.
Firme o laço dia a dia.
Firme o laço com amor.
Firme o laço por favor.
Entrelaçar-se.
Emaranhado de tudo o que se quiser, na terra ou no espaço:
Firme o laço.


19 de ago. de 2013

Algo novo


Janela, luz.
Despertador, levanto da cama.
Água no rosto, água no corpo.
Café, pão com manteiga.
Ônibus, metrô, ônibus.
8 horas depois...
Ônibus, metrô, ônibus.
Suco, salada, pão.
Algum doce talvez.
Água no rosto, água no corpo.
Janela, escuridão, volto pra cama.
6 horas depois...
Janela, luz...
O que há de novo?


8 de ago. de 2013

O Incerto



                     Olho em seus olhos e me vejo em sua íris.
                     Um olhar em silêncio.
                     Caminhamos juntos em direções opostas.
                     O asfalto não deixa pegadas.
                     Sigo por ruas paralelas.
                     Um desencontro sem querer.
                     Chamo por seu nome.
                     A cidade ensurdece a minha voz.
                     Tudo é tão cinza, tão frio.
                     Você não.
                     Vibrante, me dá vida.
                     Nada é tão certo ou tão errado.
                     Minha mente segue vazia esperando ser preenchida.
                     Talvez por você, quem dera.
                     Não sei o que esperar do amanhã.
                   

23 de jul. de 2013

Xadrez



Um movimento equivocado e se foi.
Em um mundo repleto de reis, rainhas, bispos... somos meros peões.
Seguimos.
Somos os primeiros.
Não nos resta muito tempo.
Manipulam-nos livremente, como fantoches.
A mão de Deus, a mão do homem.
Semelhança.
Quem tem poder mexe as peças.
Controle.
Quem não tem, rebela-se.
Alguns.
Poucos chegam ao final, poucos sobram.
A cada movimento uma surpresa.
Com perspicácia e inteligência a vida muda.
Improvisação, força interior, pensamento livre.
Cai mais um rei.
Cheque mate.

24 de jun. de 2013

Entre luzes, aromas e...


Saiu em mais uma noite com seus amigos.
Estava diferente... a lua, a rua, ele... mais calado.
Os amigos bebiam, riam.
Entre luzes, aromas e ruídos encontrou um olhar.
O dela.
Contemplação mútua.
Aproximou-se.
Entre luzes, aromas e ruídos, beijaram-se.
Suas pupilas dilataram.
Os lábios espremidos produziam suco de desejo.
Sorriram suavemente.
Saíram dali.
Cílios que se juntavam vagarosamente.
Murmúrios, gemidos...
Seus corpos se entrelaçaram, misturando suor e saliva.
Adormeceram.
Um feixe de luz tocou sua pálpebra.
Despertou.
Olhou para o lado vazio da cama.
Espreguiçou-se.
O silêncio do banheiro, da casa.
Vagou pelos cômodos.
Um recado sobre a mesa.
Abriu a janela.
Entre luzes, aromas e silêncio, observou os pássaros.
Voavam livremente, porém de uma maneira artificial.


6 de jun. de 2013

O Penhasco


Estava ele lá, parado.
Pernas e mãos firmes.
Apenas seu pensamento tremia.
Olhava para baixo, para as rochas, para o mar.
As mesmas rochas que triturariam seu corpo, o mesmo mar que levaria seus restos.
Todo penhasco tem seu fim, não importa o tempo da queda.
Ouviu seu nome e seus olhos piscaram, despertando-o de um transe causado pelo mar, vento e o silêncio.
A voz de um filho, amiga, pai... não importa.
Piscou novamente olhando para as pedras, virou e se foi.
Não importava os dias, meses, anos... tinha a certeza que, quando voltasse, o penhasco estaria ali, parado, com as mesas rochas, com o mesmo mar, esperando-lhe.


12 de mai. de 2013

Mãe


Forte.
Dedicada.
Batalhadora.
Carinhosa.
Inteligente.
Comunicativa.
Atenciosa.
Exemplo.
Falante.
Perseverante.
Amada.
Ouvinte.
Mãe.
Uma muralha, uma flor. Depende do momento.
Um coração que não cabe em si.
Mãe.
Nas tempestades, ventanias, nos dias de Sol, você esteve lá.
Nas risadas e nas lágrimas.
Mãe.
Um presente, uma dádiva para mim.
Meu porto seguro, meu céu estrelado, meu mundo.
Mãe.
Sou um fruto com imenso orgulho dessa árvore.
Obrigado por estar aqui, lá, seja aonde for.
Mãe.
Todos os dias são teus, hoje é somente uma celebração.


2 de mai. de 2013

Vivência



Vivencie a vida, viva.
Onde, aonde, porque?
Não vivo, não moro.
Cada dia empilhado uns sobre os outros.
Apertados em cantos infinitos, espremendo um suco inumano.
Ao olhar pra cima, pés sobre minha cabeça.
Ao olhar pra baixo, meus pés sobre a cabeça de alguém.
Não vivo nem morro, moro.
Em tábuas ajustadas, em tetos encaixados como um quebra cabeças.
Moro no morro da consciência inconsistente da surdez gritante da ignorância alegre.
De sorrisos apodrecidos por alimentos que não existem.
Não vivo, escondo-me atrás de uma bandeira que não honra suas palavras.
De cores que não sei o significado.
A vivência não passa de uma experiência marcada por calos e lesões em um corpo inconsciente de sua realidade.
Subo o morro, não moro, morro asfixiado pelas esperanças deglutidas de mais um prato vazio, dormindo amontoado por corpos que ainda respiram.


15 de abr. de 2013

Algo poderia ser diferente


A apatia apodera-se da minha carcaça.
Vontade de não extrair o pijama.
O Sol seguido da forte chuva não me anima.
Ligo a TV...
...internet, celular... tanta tecnologia
As notícias não mudam, são só os meios.
O telefone toca.
Tempestade.
Mudo.
O alô ecoa...
Não há ninguém.
A chuva volta a inundar minha solidão.
Fantasmas murmuram promessas.
Flutuo em meio ao concreto.
Estou ilhado.
Egocentrismo por todos os lados.
Talvez eu seja o único sobrevivente desse afogamento da humanidade.


5 de abr. de 2013

LUTO


Luto
Todos os segundos.
lUto
Todos os minutos.
luTo
Todas as horas.
lutO
Todos os dias.
Luto
Todas as semanas.
lUto
Todos os meses.
luTo
Todos os anos.
lutO
Toda a vida.
Luto.
Estou agora.
Quem eu amava se foi.

25 de mar. de 2013

Leggere


Ao ler me intero de novos pensamentos, conceitos.
A poesia está em cada placa que vejo.
Uma pichação, uma propaganda.
Outdoor.
As ideias são fartas através de palavras digitais.
Elas também vagam pelas ondas sonoras.
Indoor.
Rabisco algo no papel que logo toma forma.
Neurotransmissor, receptor, explosão encefálica.
Insight.
Minha corcunda aumenta enquanto as palavras me absorvem.
Livro, jornal, revista, gibi, parede, cartaz, tatuagem.
Tudo tem um significado.
Não importa, a informação está lá, pra quem quiser ler.
Figuras que nem sempre ilustram... nas letras encontramos os melhores desenhos.


20 de mar. de 2013

15


Como uma nascente, um broto, uma semente, você surgiu.
Rapidamente o meu coração sorriu.
A tristeza, se existia, partiu.
Entre choros e sorrisos você evoluiu.

Cresceu ao longo do tempo.
Para mim foi renascimento.

Minha vida mudou.
Transformou em cores o que era preto e branco.

Hoje é 14+1.
É somente pouco mais de uma década.
É tudo pra mim.
O que era deserto virou um lindo jardim.



















Quero seus sorrisos, abraços, lágrimas, beijos perto de mim.
Na verdade quero muito mais.
Quero longevidade à você.
Passos firmes no caminho, sabedoria, tranqüilidade.
15 é o começo de algo grandioso, é o começo de você.
Celebre a vida.
Te amo.

13 de mar. de 2013

Carne Crua


A carne, crua, desnuda... já não sangra mais.
Dilacerada, estripada... já não sente mais.
Dependurada, seca ao Sol.
Quente, agora jaz fria.
Estática.
Os parasitas a consomem ou irão consumir.
O respirar, o caminhar foram inúteis.
“Qual é meu propósito?” Perguntava-se ao ver o brilho intenso do aço a se aproximar.
Em um movimento rápido parou de pensar, parou de agir.
Jorrou-se em rubro intenso.
Calou-se.
A pergunta é: para onde foi?
Saciou.
E ninguém lhe agradeceu.



25 de fev. de 2013

PESSOAIS EM PRO



EU
Não é primeira pessoa
TU
Também não é
ELE
Não sou eu
NÓS
Não somos mais
VÓS
Não é ninguém
ELES e ELAS
Já são passado
COMIGO
Algo ficou
CONTIGO
Nada restou
ELES e ELAS
De nada sei
CONOSCO
Já acabou
CONVOSCO
O lamento
com ELES e ELAS
Incertezas e recomeço

3 de fev. de 2013

SÓ...



... existe a luz porque há a escuridão.
... existe a alegria porque há a tristeza.
... existe a noite porque há o dia.
... existe a lágrima porque há o sorriso.
... existe a Lua porque há o Sol.
... existe o medo porque há a coragem.
... existe a morte porque há a vida.
... existe o amor porque há você.

27 de jan. de 2013

Fa(o)tos


Algumas recordações... as pupilas não reagem mais a elas.
Não tenho coragem de rasgá-las, queimá-las ou simplesmente guardá-las.
Elas seguem, lá, na parede, estáticas a me encarar.
Um mural de alegria... sofrimento é a nova nomenclatura.
Minha visão turva não permite que eu as veja.
Então apenas as sinto.
Esse torpor, esse incomodo é somente em meu pensamento.
Agora somente a frágil luz oriunda da janela para iluminar trechos vividos.
É só memória.
Mantenho a janela fechada.
Ao tempo em que não consigo abri-la, sei que coisas novas não chegarão.
A porta como único caminho não é suficiente.
A janela segue emperrada e as fotos empoeiradas em uma parede inanimada.


19 de jan. de 2013

METAMORFOSE



Essa metamorfose anual por qual passamos nos transforma com os erros e acertos de mais um ciclo que ficou.
Deixamos para trás objetos, sonhos, pessoas, pelos mais diversos motivos, não necessariamente por nossa vontade.
Porém, nessa renovação nos enchemos de promessas, esperanças, planos, ideais, sabendo que alguns não conseguiremos cumprir ao longo do novo ciclo.
Esse novo é algo que surge em nossas mentes, em nossas vidas. Isso é a força que precisamos para seguir, para construir, para renovar até o próximo ciclo.
Um ano começa como uma nova tentativa.
Que venha 2013 com mais uma chance, e que não seja a última.