Pensamentos aleatórios que se transformam.

10 de dez. de 2012

sem tidos



Falo palavras.
Penso pensamentos.
Ouço os ruídos.
Vejo com os olhos.
Toco com as mãos.
Ando com os pés.
Respiro o ar.
Sorrio com a boca.
Sorrio com o olhar.
Abraço com os braços.
Corro com as pernas.
¿O que há de errado comigo?

25 de nov. de 2012

AMANHÃ SER


Este amanhecer também é pra você.
Mesmo nos dias nublados há luz suficiente.
O vento que leva é o mesmo que traz.
Não se aborreça com tão pouco.
Cada dia uma nova possibilidade.
Veja, ande, sinta, ouça, fale.
Agradeça a quem quiser, você pode tudo isso.
Seja quem você queira ser.
Faça o que gosta de fazer.
Estenda uma mão que outras agarrarão.
Dê um abraço em silêncio.
Uma lágrima para emoção.
Não espere por recompensas.
O maior tesouro é a vida que lhe cerca.
Pra que amanhã ser? Seja hoje, seja agora.


21 de nov. de 2012

BASTA!


Deparei-me sem saber o que escrever.
Branco, vazio, falta de apetite por palavras.
Foi aí que parei. Eu!
As pessoas não.
Elas seguem em frente, pra cima, pra baixo, em todas as direções.
Esbarram-se e não se olham.
Parei novamente. Observei!
O mundo não.
Ao meu redor não havia nada.
Sexo seguro agora é virtual.
O olhar sem retina através de uma câmera.
Tantas luzes, leds e não há brilho.
É tudo tão touch sem toque.
Conversas rápidas através de pequenas polegadas.
Não dá tempo de ligar, só de escrever.
Abrevio bj, abç e :)
Abrevio a vida, o convívio.
Curto e compartilho, não sei o que, não sei com quem.
Tenho 500 amigos.
Isso pra mim basta, não estou sozinho no mundo.


11 de nov. de 2012

Pelo caminho



Pelo caminho, as farpas retiro
Pelo caminho, com flores vou colorindo

Pelo caminho, as lágrimas enxugo
Pelo caminho, os pensamentos ilumino

Pelo caminho, com a chuva me batizo
Pelo caminho, sementes vou plantando

Pelo caminho, os gritos em sussurro
Pelo caminho, corações vou amando

Pelo caminho, pessoas vou seguindo
Pelo caminho, com passos me distancio

Pelo caminho, saudades vou sentindo
Pelo caminho, os ciúmes vou enterrando

Pelo caminho, com sorriso vou descobrindo
Pelo caminho,  amizades vou colhendo

Pelo caminho... caminho e vou vivendo.

21 de out. de 2012

Vem a chuva



Vem a chuva
acalma
Vem a chuva
lava a minha alma
Vem a chuva
reflexão
Vem a chuva
limpar meu coração
Vem a chuva
molhar
Vem a chuva
capaz de mudar.
Vem a chuva
momento
Vem a chuva
inundar meu pensamento
Vem a chuva
transformar
Vem a chuva
Fazer-me amar
Vem a chuva
agradeço
Vem a chuva
a paz neste recomeço.

28 de set. de 2012

Ad finem



Os dias vêm e vão, como uma onda interminável.
Festejar o nascimento é só para quem nasce, e quem nasce não sabe que nasceu.
Porque comemorar a ida ao fim?
Morremos um pouco a cada dia.
Não me diga “é mais um ano” quando na realidade é menos um.
Cada passo nos leva a beira do precipício, a um salto na incerteza.
Se viver é tão bom, porque existe a morte?
O nascer é pensar de onde vim.
A morte é pensar pra onde vou.
Penso e não sei por que existo.
A filosofia não entende nada.
A religião explica o que não sabe.
A ciência balbucia teorias.
A ideia aqui é viver intensamente, o melhor que puder, pois o final é um mar de incertezas onde nos afogamos em questionamentos.

17 de set. de 2012

Nem


Nem tudo é tão cinza que não se possa colorir
Nem toda ferida é tão profunda que não se possa fechar
Nem todo amor é tão forte que não se possa esquecer
Nem toda amizade é tão distante que não se possa manter
Nem toda família é tão boa que não se queria conviver
Nem toda estrada é tão longa que não se queira percorrer
Nem toda boca sem dente que não se possa sorrir
Nem todo pensamento que tenha que não se possa exprimir
Nem toda melodia sem letra que não se possa cantar
Nem tudo é tão errado que não se possa apagar
Nem toda vida é tão ingrata que não se possa viver
Nem toda morte..... que não se possa evoluir.


9 de set. de 2012

09/09
















Sentimento incontrolável.
Tudo é lembrança.
Hoje é um dia especial, mas esse ano...
Esse é o ano 9, poderia ser o 6 mas não faria diferença.
O amor é o mesmo, a dor é a mesma, as recordações...
Ainda parece que foi ontem.
Uma despedida rápida.
Um bilhete só de ida.
Sem postais ou telefonemas.
Memórias.
A sua presença é constante.
Falo contigo, mesmo na incerteza de não me ouvir.
Sei que o faz.
Gostaria de uma resposta, de qualquer forma, por qualquer meio.
Talvez seja cedo, talvez eu não esteja preparado.
Você se foi, não pude dizer adeus.
Eu não diria de qualquer forma, não aceitaria isso.
Agora aceito, não preciso concordar, mas aceito.
Vou até você qualquer dia para que possamos nos abraçar.
Enquanto isso, deixo o meu obrigado e o meu eterno amor.

26 de ago. de 2012

O que te traz o mar?




O que te traz o mar?
Incerteza?
Esperança?
Ondas que abraçam fortemente a pedra,  envolvendo-a.
O que te traz o mar?
Restos?
Afetos?
Ondas que beijam suavemente a areia, acariciando-a.
O que te traz o mar?
Questionamentos?
Respostas?
Ondas suaves que bailam majestosamente, conduzindo-a.
O que te traz o mar?
Medo?
Amor?
Ondas intermináveis que vem e voltam, sem saber porque.
                                                  O que te traz o mar?


21 de ago. de 2012

Apenas um vagão



















Encare assim:
você é um vagão!
A vida, uma linha tênue.
Isso mesmo:
vagão, daqueles de trem. Você é um e pronto!
Veja:
Pessoas vêm e vão através de você.
Alguns te preservam, outros te destroem.
Porém, sempre tem alguém pra te consertar.
Há paradas obrigatórias, as não obrigatórias e as que se deseja parar.
Em algumas estações fica-se mais tempo, noutras, nem tanto.
Por certos momentos você sai da linha e volta, mesmo que demore.
Em outros, encontra alguns desvios.
  paisagens lindas, maravilhosas, mas também o urbano, o caos.
Nunca está só, existem outros vagões que te acompanham, que estão presentes.
Uma locomotiva te puxa, sempre pra frente, te dá força.
Então, procure a sua estação, preencha o seu vagão, arrisque-se, sem medo.
A felicidade pode estar na próxima parada.

15 de ago. de 2012

OCO


Oco.
Nada.
Carcaça vazia.
De ideias, de pensamentos
Oco.
Nada.
Carcaça vazia.
De amor, de afeto
Oco.
Nada.
Carcaça vazia.
De verdade, de sentimentos
Oco.
Nada.
Carcaça vazia.
De amizade, de concreto
Oco.
Nada.
Carcaça vazia.
Um grito adentro.
Eco.
Ecoa no nada.
Ecoa na carcaça vazia.

8 de ago. de 2012

S O L I D Ã O

A solidão é cruel.
Torpor, escassez, dor.
Qual a real necessidade de sempre ter alguém?
Pessoas sofrem por estarem sozinhas.
Pessoas sofrem por não estarem.
A voz oculta fala dentro de ti.
A solidão é o auto conhecimento.
É sentir a vida, a artéria pulsar.
Sentir o sangue correr e alimentar suas ideias.
É se dar, ter o espaço, é ser vago, é o lento caminhar.
Olhar ao redor e seguir para qualquer lado sem direção.
Parar e respirar pelo tempo que quiser.
O Sol que ilumina o seu pálido rosto de fantasma lhe traz energia.
A solidão não é estar só, pois mesmo na solidão você tem a maior das riquezas:
A si próprio.

29 de jul. de 2012

O REINO


Cortada                         Decifrada                                      Desenhada
                   Sussurrada                                   Afável
           Questionada                          GRITADA
Odiada                                                                                     impulsiva
                                            Informativa
  Inimiga                                                              Negativa
               Chorada                    RUDE                                     Falada

Poderosa                          Se pa ra da
                                                                               Esclarecedora
                    Positiva                         COLORIDA
abreviada                                                                                      SIMPLES
                                             Destrutiva
             Amada                                              Unida             Artística
       Verdadeira            Preta e branca                   Composta
   falsa                 Amiga                  GRÁFICA                                Escrita

Não deixe de alimentá-las, de usá-las.
Escreva, apague.
Comece novamente.
Um mar só delas.
Mergulhe.
Ao vento não voltam mais.
Desculpe-se.
Pronuncie novas.
Transforme-se em Rei, Rainha.
Penetre no Reino das palavras.

18 de jul. de 2012

Mistura



Incrivelmente éramos perfeitos.
Não há como pensar o contrário.
Amalgamação como água e vinho.
O doce e o salgado na medida certa.
A mais pura combinação.
Fatos sucederam, boatos, descrenças...
Palavras que pareciam ser de uma amiga te transformaram.
Acreditou que era tudo mentira, que nada existia.
Confiou na pessoa errada, ouviu quem não devia.
Falsas promessas em palavras cruéis.
E do que lhe prometeram coisa nenhuma foi feita.
A fugacidade voltou a sua vida e você se foi mais velozmente para o nada.
Hoje somos doce e amargo, somos água e óleo.

8 de jul. de 2012

Azul



Ciano e magenta: Azul.
Luz primária.
Espectro de cor visível.
Frio.
Solidão.
Azul.
Depressão.
Monotonia.
Masculino.
Azul.
Quadros, paredes, bandeiras.
Várias formas.
Triângulos, círculos, quadrados.
Azul.
Escolha o tom.
Bebê, celeste, turquesa, marinho.
Garrafas e copos.
Curaçau, anis.
Azul.
Plantas, animais, céu e mar.
Preciosa safira.
Riqueza.
Sangue azul.
Olhos.
Criatividade.
A liberdade é azul.
A Terra.
Sono, noite.
Botões, canetas.
Azul.
Manto sagrado.
Livros, toalhas, carros.
Bleu, أزرق, blauw, blua, μπλε, blau, כחול, blue, синий, azul.
O que seria do Azul se todos gostassem do vermelho?

25 de jun. de 2012

R3VOLUÇ~@



Ele abriu os olhos e mirou para o teto branco com bolor.
Sentou-se na cama. Mais um dia igual a tantos.
Ao tocar o chão frio com seus pés nus, despertou.
De olhos semiabertos arrastou-se até o banheiro.
De frente para o espelho não se viu.
Olhou a torneira pingando.
Queria ser aquela gota ralo adentro.
Lavou o rosto; não secou; passou as mãos nos cabelos despenteados.
O espelho refletia o que ele não era.
O encontro com os amigos havia sido perfeito.
No trabalho elogios.
A transa com a namorada primorosa.
A família reunida no domingo.
Contou a 3.
NÃO!
Esse não era ele.
Isso não existe.
Os dentes rangeram.
Queria deixar de fingir; queria gritar; explodir.
Dizer o que pensa; olhar; cuspir.
Desejava uma revolução interna.
Para isso deveria nascer de novo.
Para isso deveria ser pó e ossos.

17 de jun. de 2012

EVILution



“Você precisa amadurecer”
Já ouvi, já falei.
Ouvimos e dizemos certas coisas àqueles que nos importam, que queremos bem.
O desenvolver, o evoluir é necessário.
A alma, o espírito, o amor.
Não generalizo, porém é uma minoria que escapa das imposições, da lavagem cerebral.
Darwin falou sobre a evolução das espécies, mas isso não incluía o homem, narcisismo ou a lei de Gerson.
O egocentrismo berrou.
Chegamos a um ponto crucial na encruzilhada.
Quatro caminhos e insistimos em ficar parados no centro, olhando para o próprio umbigo.
Nós é que giramos ao redor do Sol.
Nossa evolução tornou-se perversa.
Difícil aceitar isso.
É tanta confusão, depressão, solidão, destruição que, para evoluir devemos regredir, fazer o caminho inverso.
Vivemos em harmonia com o nada.
O abismo está logo ali.
ADeus.

4 de jun. de 2012

Liberdade


Nascemos com, mas o que faremos com ela no caminhar é o que importa.
Você acha mesmo que a tem?
Sua liberdade é seu bem mais precioso.
Às vezes não vemos o quanto estamos presos em nossas casas.
Presos diante da tela de um computador ou atrás de um celular.
Sim, somos escravos.
Quantas mesas de escritório já te prenderam?
Quantos relacionamentos infelizes te aprisionaram?
A liberdade é você quem elege.
Você mantém o que quer manter.
Mesmo sem saber voar, vale a pena ser livre.
Conhecimento é liberdade.
A escolha e o poder na decisão também.
Faça valer cada passo, cada inspiração.
Liberte-se.
Dos medos, preconceitos, do rancor.
Respire.
Seja um pouco livre a cada dia.



21 de mai. de 2012

A estátua



Ela andava apressada, inquieta.
O que faria dessa vez?
A preocupação lhe rodeava a mente.
Suas dúvidas não a deixavam que respirasse corretamente.
Ela tentava em vão.
Sentou-se em uma escadaria do centro. Tantas pessoas e somente uma estátua a observava.
Segurou a cabeça e começou a balançá-la, repetindo inúmeras vezes: “mantenha a sanidade”.
E como mantê-la nesse mundo louco?
Parou, levantou e olhou ao redor. O céu e prédios a rodeavam depressa, mais depressa, mais depressa... caiu.
Vagarosamente levantou a cabeça e, com os cabelos despenteados entre os olhos, encarou o olhar frio da estátua.
“preciso manter minha sanidade”
Como? Há tantas pontes e viadutos.
“preciso manter minha sanidade”.
Como? Há tantas avenidas e linhas de trem.
“preciso manter minha sanidade”.
Como? Há tantos objetos cortantes e pontiagudos.
Aí ela gritou encarando a estátua mórbida.
“Eu tenho um fruto!”
Um fruto só seu, que precisa dela, de seus cuidados.
É por esse fruto que conseguirá vencer.
É por esse fruto que irá lutar e não desistir.
Ela se levantou e correu rumo ao norte.

15 de mai. de 2012

fls


Caíram. Foram tantas.
Suicídio em massa. Kamikazes.
Pelo tempo, por doenças.
Ficaram pelo caminho.
Estão todas mortas.
Cada uma com sonhos, desejos, anseios, fardos.
Acabou, é o fim.




















Ainda não. É apenas o método natural.
Ciclo.
Despertar.
Pensamos no fim como um ponto final.
A renovação permeia.
Novas folhas virão.
Sim, cada uma carrega algo extraordinário que nascerá de novo.
Já nasceu.
Através de uma forma parecida, não igual, que lembrará muito de seu criador.
Ela transportará sua linhagem até o fim dos tempos.
Levará seu sangue, perpetuando a sua estória.


5 de mai. de 2012

SUBTERRÁQUEOS

Vi, ouvi, prestei atenção.
Uma cara feia, um sorriso até a orelha.
Pessoas comuns, situações singulares.
Olhos sensíveis, lágrimas femininas.
Tive vontade de sentar-me ao lado e perguntar: porquê?
Conversa de bêbado, discurso alto, mas sem ousadia, sem começo ou fim.
Palavras ao ar, jogadas, sem pensar, não há mensagem.
Jovens gritando, cantando, uma nova geração de cabelos e rostos pintados.
Três gerações em um mesmo ambiente.
Rap grátis por alguns minutos.
Do outro lado, o rock transbordando por fones de ouvido.
Em cada parada algo novo. Troca de energias.
Um balançar na cabeça, um batuque nas pernas.
Troca de beijos apaixonados em um canto qualquer.
Tribos de um mesmo país.
Flerte. Início de algo novo.
Brincos, piercings, tatuagens.
Muitos personagens.
Cheguei à conclusão de que o metrô é um palco subterrâneo.






22 de abr. de 2012

A VOLTA



Nem sempre é boa.
Voltar de uma viagem, de uma festa... às aulas.
A volta revolta.
Tem gente que não volta, dá volta, corre atrás do próprio rabo.
Engana-se. 
Voltar é normal.
Voltou? É porque foi.
E ir já valeu a pena.
Tudo que vai, volta.
Bumerangue.
A vingança se aproveita disso. Use a ternura.
Tudo que vai, volta. Melhor.
A vingança é doce. A bondade é amarga?
Voltar à estaca zero, começar de novo, se permitir uma nova oportunidade.
Volte a olhar para dentro de ti, pois voltar não é só chegar, é recomeçar.

16 de abr. de 2012

Deixe

Sim, me deixe na escuridão.
Preciso refletir um pouco. Minhas angústias, o choro, a alegria.
Feche a porta, não deixe a luz entrar. Ela incomoda meus pensamentos.
A escuridão me abraça de uma maneira que não posso descrever ou desenhar.
Há um conforto, uma paz.
Não há o que temer na escuridão, pois não há nada.
Basta um feixe de luz para que as sombras ataquem, me perturbem.
Feche tudo.
No negrume sinta a respiração, ouça os pensamentos, quaisquer, todos.
Escreva no escuro. A letra deformada, o sair da linha, o risco, a inovação.
A escrita é o que você é por dentro e não a carcaça que enxergam.
Lembranças. Deixe que venham as lágrimas, o sorriso.
Deite, olhe para cima. Respire fundo. Expire tranqüilamente.
Agora feche os olhos e verá que imagens surgirão por dentro de sua pálpebra.
Controle-as como em um sonho, são tuas, você pode.
Acomode-se, durma.
A escuridão parte com a luz de um novo dia que virá.