Pensamentos aleatórios que se transformam.

30 de jul. de 2011

PRA TI, INDECIFRÁVEL


Desperto no meio da noite.
Do espelho ouço: “quem sou eu?”
A imagem sorri pra mim. Sombras cruzam minha retina.
Gotas desabam da torneira. Volto a ficção.
Deito e olho pra você. Sua boca me fascina.
Seus braços me apertam e mergulhamos juntos.
As bolhas de O2 elevam-se enquanto afundo lentamente.
Os pés tocam o solo.
Caminho descalço sobre a terra.
O entardecer não termina. No horizonte só você.
Pendurado, um corpo agita-se no galho de uma árvore.
Um laço envolve meu pescoço.
Os pés flutuam em movimentos circulares.
Desperto ao mesmo tempo em que começo a te escrever.
Palavras que não fazem sentido.
Cama vazia, desertificação. Oásis da repugnância.
Caminho, inabitado, rumo ao norte, a morte, sem estrada.
O vento apaga minhas memórias e as pegadas.
As estrelas insistem em cair.

19 de jul. de 2011

dementia

Insano, o ser é subjugado.
Subjugando a obrigação de amar, o ser correspondido muda-se em dor.
A dor da fragilidade decompõe-se na desigualdade.
Desigual, um novo ser transforma-se em repugnante.
E repugnante, a simpatia reina nas terras da traição.
Traído, o efeito placebo do delírio vem em frascos para o burguês.
A burguesia comunista une-se no cultivo da esfera pública da tirania.
O tirano oprimi o ser desejado que se torna insano.

10 de jul. de 2011

m O s A i cO

Confundir...
liberdade com libertinagem...
ausência, falta de...
amor, atenção...
relacionar não é sinônimo de possuir...
encontrar...
a cumplicidade, o complemento...
não um abismo sem fim...
doar-se não é sofrer...
é viver, aprender...
esquecer e lembrar...
chorar de alegria...
rir da tristeza...
juntos...
olhar e não dizer...
beijo...
sentir...
o calor de um abraço...
um laço...
nó...
desatar, apertar...
penetrar...
unir...
dois em um...
ruptura...
um em nada...
pedaços...
centenas...
metamorfose...
mosaico...
um novo desenho...
o inicio...
nova forma...
admirada, observada...
completa em si.
O mosaico consagra-se vitorioso por viver sempre...
intensamente.