Pensamos em nossa própria perda, sempre é algo ruim, algo que não nos agrada, que não queríamos que acontecesse. O que fazer quando perdemos algo? É muito óbvio. Procuramos.
Então se perder a razão, a verdade, a consciência, o amor.... procure! Procure por todos os lados, procure em todas as gavetas, de baixo da cama, nos cantos escuros. Alguns amigos estarão ao seu lado, os verdadeiros.
Mas há uma perda que não temos alternativa. Ficamos submissos, servos de um ser desconhecido que irá nos procurar um dia. A morte. A perda pra ela é certa, ficamos atados sem ter o que fazer e o medo nos consome. Mas essa perda na verdade é uma metamorfose.
Difícil de acreditar porque somos simples homo sapiens, únicos seres inteligentes da Terra, então como compreender o todo?
Nossa dor se transforma em lágrimas, gritos, revolta, comoção. E uma enorme comoção tomou conta de uma grande cidade da América do Sul na última semana.
Um grande homem e ser digno foi embora sem poder dizer uma palavra, sem se despedir, mas deixou ideais, história, coragem, simpatia, além de provar que as coisas podem mudar, basta querer.
Milhões de pessoas se manifestaram, das mais diversas idades e das mais diversas formas. A dor foi grande, na verdade é. Será difícil não lembrar. Mas a dor será superada e o caminho deve ser feito com passos fortes, à frente, rumo a vitória, juntamente com essa pessoa na memória de um povo que sabe qual caminho deve seguir.