IN

Inaceitável a incapacidade inesperada do inconsciente.

Indeciso invento a interrogação incorreta da injustiça incompleta na infância incerta e inacabada.

O inocente, ingênuo, um individuo insano, inútil e inferior, integra a inconsciência do inabitado.

É inapropriado indicar que o inseto inteligente e invejoso influencia, inerte, na invasão da inveja.

A inspiração vem do instrumento inconfundível da incoerência indestrutível infectando o indefeso injustamente.

Inapto e injusto, o incerto indaga infinitamente o inicio indolor da incerteza.

A invenção do infarto intenso e infeliz, induz inofensivamente a insônia incansável de um inverno interior, inquieto e intocável, inibindo a intimidade do invisível.

O SECO

O seco, o árido.

Seca o que é seco.

O pó seco, ossos secos.

A barriga seca.

Sedenta.

A panela seca.

Oca.

A boca seca.

Silêncio.

Pele seca, alma seca.

O seco resseca a ressaca.

Engulo seco notícias do futuro escasso.

Aqui o seco é revés ao mundo.

Seco infecundo.

Fruta seca em terra estéril.

Na sombra me seco da nuvem seca que se vai.

Com a goela seca apenas balbucio.

O seco enfraquecido não dispensa o esqueleto seco, enxuto, caquético de sua carne seca.

Secura de pensamentos definhados de uma severa seca sem fim.

CRER s e m o s

  

Viemos e vamos... tão frágeis.

Repletos de medos, esperanças, sonhos, dúvidas.

Criados na complexidade dos adultos.

Não sabemos os porques, apenas aprendemos.

Do amor, apenas sentimos.

A intuição e curiosidade nos faz conhecer um novo mundo.

Nossos heróis são, ao mesmo tempo, nossos vilões.

Metade do que aprendemos é mentira, e assim formamos nossa personalidade.

Crescemos com a sensação de que somos manipulados, observados, controlados.

Outros tomam muitas de nossas decisões.

Sempre foi assim e sempre será.

Crescemos sem saber pra onde vamos.

Nascemos sem saber de onde viemos.

Vivemos sem saber o porque.

Algo mais está por vir.

A luz reflete a incerteza.

A fragilidade nos cerca, o medo nos completa e a alegria é a utopia de cada dia.