O seco, o árido.
Seca o que é seco.
O pó seco, ossos secos.
A barriga seca.
Sedenta.
A panela seca.
Oca.
A boca seca.
Silêncio.
Pele seca, alma seca.
O seco resseca a ressaca.
Engulo seco notícias do futuro escasso.
Aqui o seco é revés ao mundo.
Seco infecundo.
Fruta seca em terra estéril.
Na sombra me seco da nuvem seca que se vai.
Com a goela seca apenas balbucio.
O seco enfraquecido não dispensa o esqueleto seco, enxuto, caquético de sua carne seca.
Secura de pensamentos definhados de uma severa seca sem fim.
Tantas palavras fortes e certeiras secaram minha mente.
ResponderExcluirFiquei assim, anestesiada, seca... sedenta.
Ótimo texto
Como sempre, adorei
A Debora é sua seguidora? Não pergunte-me qual, vc sabe, rsrsrsrs. Brincadeira como a Mari fez, à parte, e me dei a liberdade, digo que vc jogou bem com a palavra seco de secar e também como seccionar, desejar, não é?
ResponderExcluirSim, se for a mesma Débora... kkk... voce é amigo dela? Não sei se ela lê o que escrevo aqui no blog.
ResponderExcluirObrigado Camilo, espero que goste dos textos e das imagens. Um abraço.