Pensamentos aleatórios que se transformam.

10 de abr. de 2011

O SECO


O seco, o árido.
Seca o que é seco.
O pó seco, ossos secos.
A barriga seca.
Sedenta.
A panela seca.
Oca.
A boca seca.
Silêncio.
Pele seca, alma seca.
O seco resseca a ressaca.



Engulo seco notícias do futuro escasso.
Aqui o seco é revés ao mundo.
Seco infecundo.
Fruta seca em terra estéril.
Na sombra me seco da nuvem seca que se vai.
Com a goela seca apenas balbucio.
O seco enfraquecido não dispensa o esqueleto seco, enxuto, caquético de sua carne seca.
Secura de pensamentos definhados de uma severa seca sem fim.

3 comentários:

  1. Tantas palavras fortes e certeiras secaram minha mente.
    Fiquei assim, anestesiada, seca... sedenta.

    Ótimo texto
    Como sempre, adorei

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  2. A Debora é sua seguidora? Não pergunte-me qual, vc sabe, rsrsrsrs. Brincadeira como a Mari fez, à parte, e me dei a liberdade, digo que vc jogou bem com a palavra seco de secar e também como seccionar, desejar, não é?

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  3. Sim, se for a mesma Débora... kkk... voce é amigo dela? Não sei se ela lê o que escrevo aqui no blog.
    Obrigado Camilo, espero que goste dos textos e das imagens. Um abraço.

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