Passos firmes na noite.
Calçadas escuras, luzes artificiais.
Noite fria. Vento cortante.
Caminhar encolhido, diminutivo, acelerado.
Mãos nos bolsos.
Os olhos fitam o chão.
Ela passa ao seu lado. Colisão.
Pernas estáticas. Lentamente as cabeças giram em sentidos opostos.
Segundo, um olhar.
A boca seca pelo vento gelado.
Os olhos dela sorriem.
180 graus e volta a caminhar.
Ele parece ter as pernas enraizadas na calçada.
Observa.
Ela dobra a esquina.
Uma rajada o desperta.
Um rápido pensamento:
“Talvez a mulher da minha vida acabou de passar ao meu lado”.
Ele corre, deixando um rombo no cimento.
Corre, corre... dobra a esquina.
Não sei se a encontrou, mas ao menos tentou.
Uma estória só pode ter um final se existir um começo.
Que bom que ele tentou. Mesmo sem saber se o buraco adiante trata-se apenas de um barranco ou precipício, vale a pena pular. Sempre vale, embora no momento da queda pareça que não.
ResponderExcluirTorci por eles, tô torcendo até agora.
Belo texto!
Talvez a queda seja tão rápida que não dê tempo de pensar. Só mesmo com o choque da colisão.
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