Pensamentos aleatórios que se transformam.

30 de jul. de 2011

PRA TI, INDECIFRÁVEL


Desperto no meio da noite.
Do espelho ouço: “quem sou eu?”
A imagem sorri pra mim. Sombras cruzam minha retina.
Gotas desabam da torneira. Volto a ficção.
Deito e olho pra você. Sua boca me fascina.
Seus braços me apertam e mergulhamos juntos.
As bolhas de O2 elevam-se enquanto afundo lentamente.
Os pés tocam o solo.
Caminho descalço sobre a terra.
O entardecer não termina. No horizonte só você.
Pendurado, um corpo agita-se no galho de uma árvore.
Um laço envolve meu pescoço.
Os pés flutuam em movimentos circulares.
Desperto ao mesmo tempo em que começo a te escrever.
Palavras que não fazem sentido.
Cama vazia, desertificação. Oásis da repugnância.
Caminho, inabitado, rumo ao norte, a morte, sem estrada.
O vento apaga minhas memórias e as pegadas.
As estrelas insistem em cair.

2 comentários:

  1. Quem dera achar ventos, inda que tornados, que apagassem minhas lembranças. Entraria sem pestanejar.

    já tava ficando com saudade dos teus escritos.

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