Desperto no meio da noite.
Do espelho ouço: “quem sou eu?”
A imagem sorri pra mim. Sombras cruzam minha retina.
Gotas desabam da torneira. Volto a ficção.
Deito e olho pra você. Sua boca me fascina.
Seus braços me apertam e mergulhamos juntos.
As bolhas de O2 elevam-se enquanto afundo lentamente.
Os pés tocam o solo.
Caminho descalço sobre a terra.
O entardecer não termina. No horizonte só você.
Pendurado, um corpo agita-se no galho de uma árvore.
Um laço envolve meu pescoço.
Os pés flutuam em movimentos circulares.
Desperto ao mesmo tempo em que começo a te escrever.
Palavras que não fazem sentido.
Cama vazia, desertificação. Oásis da repugnância.
Caminho, inabitado, rumo ao norte, a morte, sem estrada.
O vento apaga minhas memórias e as pegadas.
As estrelas insistem em cair.
Nossa... que forte.
ResponderExcluirGostei muito
Quem dera achar ventos, inda que tornados, que apagassem minhas lembranças. Entraria sem pestanejar.
ResponderExcluirjá tava ficando com saudade dos teus escritos.