Vivencie a vida, viva.
Onde, aonde, porque?
Não vivo, não moro.
Cada dia empilhado uns sobre os
outros.
Apertados em cantos infinitos,
espremendo um suco inumano.
Ao olhar pra cima, pés sobre minha
cabeça.
Ao olhar pra baixo, meus pés sobre a
cabeça de alguém.
Não vivo nem morro, moro.
Em tábuas ajustadas, em tetos
encaixados como um quebra cabeças.
Moro no morro da consciência
inconsistente da surdez gritante da ignorância alegre.
De sorrisos apodrecidos por
alimentos que não existem.
Não vivo, escondo-me atrás de uma
bandeira que não honra suas palavras.
De cores que não sei o significado.
A vivência não passa de uma
experiência marcada por calos e lesões em um corpo inconsciente de sua
realidade.
Subo o morro, não moro, morro asfixiado pelas
esperanças deglutidas de mais um prato vazio, dormindo amontoado por corpos que
ainda respiram.
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