Pensamentos aleatórios que se transformam.

20 de dez. de 2010

RESTOS DA INÉRCIA


Um corpo inerte no chão. O meu. 
Células mortas.
A brisa leve golpeia meu rosto apático.
Vejo através da janela escancarada o vento soprar um lençol.
Ele não escapa do varal e eu deste colchão que cheira mofo.
Pálpebras fechadas.
Torneira pingando. Sede.
Minhas pernas não se movem por isso me arrasto.
O álcool fez efeito pela manhã. 
Sem conexão neural. Cabeça confusa.
Converso com a parede que me responde e me ampara.
O lençol escapa. 
Eu inerte.
Voa, cai em queda livre e se espatifa no asfalto.
E eu no fino colchão.
Freada. Foi atropelado.
Agora ele também é um resto inerte.
 


Um comentário: