Pensamentos aleatórios que se transformam.

2 de fev. de 2011

Perdido


Não consigo ouvir meus pensamentos junto a este progresso.
Emudeço no ruído inaudível de palavras incompreendidas.
Parado ao meio do caos pessoas vão e vem numa frenética desimportante sem ter um porque.
Mundos privados em fones de ouvido não escutam os gritos das sirenes escandalosas, enquanto que relacionamentos de 140 caracteres e de redes sociais seguem sem profundidade no outro.
Não sei de ninguém, tão pouco de mim.
Ando sem rumo perdido nas ruas iguais, de chafariz sem água, de jardim sem flores.
Minha barba cresce desordenada enquanto me olho no espelho. Não me reconheço, nem quero.
Não sou eu.
Talvez seja alguém que imaginei, mas que na verdade não quero ser.
Quero sair por onde não há porta.
Olho pela janela e não vejo o absurdo que é a vida moderna.
Neste mundo sem chão eu não tenho asas e sobrevivo pendurado em meus frágeis pensamentos.

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